quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Comer até saciar ou até se odiar?



*Por Pamela Couto de Magalhães
Muitas pessoas sem perceber mantêm-se no piloto automático, tornando o hábito da alimentação uma forma de se machucar, ferindo gradativamente sua autoestima. Analisando de perto, esqueceram o que de fato lhe impulsionam para o movimento de se alimentarem e acabam buscando no alimento o complemento de uma falta emocional, achando que o alimento irá preencher, seja na repetição ou a quantidade que for… In-fe-liz-men-te.
Dessa forma, neste condicionamento viciado e autodestrutivo, o indivíduo passa, de forma compulsiva ou indisciplinada, a ingerir alimentos altamente calóricos e nocivos para o organismo. Desfavorecendo o seu equilíbrio orgânico, retardando o metabolismo e pesando, literalmente, seu corpo e alma. Mas por quê? Se escolho o que como, o que justificaria estas escolhas prejudiciais?
Quando não estamos de bem conosco, podemos nos tornar nosso pior inimigo. E aí, então, se instala um grave problema. Nossa autopercepção e do mundo torna-se deturpada, refletindo em escolhas deficitárias e falhas. Dando vazão a um comportamento cíclico: sentimos-nos distantes do ideal que gostaríamos, impotentes e com raiva, favorecendo a ansiedade, angústia, e, por isso, posturas de autossabotagem, como o alimentar compulsivo.
Importante nos darmos conta desse comportamento viciado, para que quebrando o condicionamento, consigamos gradativamente entender nosso funcionamento e responder nossa demanda emocional da forma que ela de fato precisa. Muitas vezes a mensagem enviada pode ser a de que “falta alguma coisa”, e não necessariamente estamos falando de “comida. Sejamos menos concretos e mais subjetivos. Que tal a reflexão? Pode estar faltando amor, segurança, carinho, cuidado, sexo, coragem, paciência, entre outros. Tanta coisa. Apenas conseguiremos perceber nossas “faltas” se olharmos para dentro, sem agir de forma impulsiva ou negando aonde de fato “aperta o calo”.
Comer a mais do que precisamos significa atribuir ao corpo uma massa extra, que acaba por deformar o indivíduo. Costumo perguntar aos pacientes o porquê da manutenção dessa “camada protetora”.
Interessante: Escondidos atrás dessa gordura, estão pessoas que não se reconhecem mais em suas roupas, no espelho e nem no impacto visual que causam nos outros. Nunca estão a sós. Permanecem acompanhados da fiel escudeira “gordura”. Geralmente exclamando o quanto querem se livrar dela, mas abrir mão desta parceria parece ser tão difícil quanto uma separação em um relacionamento afetivo de longa data.
Em suma, esta parceria só terá de fato um desfecho diferente quando ambos entenderem de que não precisam um do outro. Sem função, a gordura não encontrará morada neste corpo, que se bastará alcançando a independência e, sem dúvida nenhuma, como toda sensação de liberdade, se sentirá muito mais feliz.
Para tanto, precisamos estar afinados conosco como um todo. É necessário que façamos as pazes com o nosso íntimo, encarando questões que insistimos em esconder debaixo de tanta gordura. Conseguindo de forma gradativa, dissolver cada nódulo de gordura, que representa os “nós” emocionais não acessados, mantidos e proliferados em nosso inconsciente. Podendo, então, haver espaço para o reconhecimento físico e emocional do verdadeiro “eu”.
Não existe dieta que supere esta proposta. Convencido de que não há razão para conviver com a gordura, não haverá motivos para que ela permaneça neste corpo. Assim, o ato de se alimentar será prazeroso, leve e saudável. Nada de comer até se odiar! Vamos comer para curtir, nutrir e manter a nossa saúde sempre em dia!
Bon appetit!

Serviço:
 

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