*Por Pamela Couto de Magalhães
Muitas pessoas sem perceber mantêm-se no piloto
automático, tornando o hábito da alimentação uma forma de se machucar, ferindo
gradativamente sua autoestima. Analisando de perto, esqueceram o que de fato
lhe impulsionam para o movimento de se alimentarem e acabam buscando no
alimento o complemento de uma falta emocional, achando que o alimento irá
preencher, seja na repetição ou a quantidade que for… In-fe-liz-men-te.
Dessa forma, neste condicionamento viciado e autodestrutivo,
o indivíduo passa, de forma compulsiva ou indisciplinada, a ingerir alimentos
altamente calóricos e nocivos para o organismo. Desfavorecendo o seu equilíbrio
orgânico, retardando o metabolismo e pesando, literalmente, seu corpo e alma.
Mas por quê? Se escolho o que como, o que justificaria estas escolhas
prejudiciais?
Quando não estamos de bem conosco, podemos nos
tornar nosso pior inimigo. E aí, então, se instala um grave problema. Nossa
autopercepção e do mundo torna-se deturpada, refletindo em escolhas
deficitárias e falhas. Dando vazão a um comportamento cíclico: sentimos-nos
distantes do ideal que gostaríamos, impotentes e com raiva, favorecendo a
ansiedade, angústia, e, por isso, posturas de autossabotagem, como o alimentar
compulsivo.
Importante nos darmos conta desse comportamento viciado, para que
quebrando o condicionamento, consigamos gradativamente entender nosso
funcionamento e responder nossa demanda emocional da forma que ela de fato
precisa. Muitas vezes a mensagem enviada pode ser a de que “falta alguma
coisa”, e não necessariamente estamos falando de “comida. Sejamos menos
concretos e mais subjetivos. Que tal a reflexão? Pode estar faltando amor,
segurança, carinho, cuidado, sexo, coragem, paciência, entre outros. Tanta
coisa. Apenas conseguiremos perceber nossas “faltas” se olharmos para dentro,
sem agir de forma impulsiva ou negando aonde de fato “aperta o calo”.
Comer a mais do que precisamos significa atribuir
ao corpo uma massa extra, que acaba por deformar o indivíduo. Costumo perguntar
aos pacientes o porquê da manutenção dessa “camada protetora”.
Interessante: Escondidos atrás dessa gordura, estão
pessoas que não se reconhecem mais em suas roupas, no espelho e nem no impacto
visual que causam nos outros. Nunca estão a sós. Permanecem acompanhados da
fiel escudeira “gordura”. Geralmente exclamando o quanto querem se livrar dela,
mas abrir mão desta parceria parece ser tão difícil quanto uma separação em um
relacionamento afetivo de longa data.
Em suma, esta parceria só terá de fato um desfecho
diferente quando ambos entenderem de que não precisam um do outro. Sem função,
a gordura não encontrará morada neste corpo, que se bastará alcançando a
independência e, sem dúvida nenhuma, como toda sensação de liberdade, se
sentirá muito mais feliz.
Para tanto, precisamos estar afinados conosco como um todo. É necessário
que façamos as pazes com o nosso íntimo, encarando questões que insistimos em
esconder debaixo de tanta gordura. Conseguindo de forma gradativa, dissolver
cada nódulo de gordura, que representa os “nós” emocionais não acessados,
mantidos e proliferados em nosso inconsciente. Podendo, então, haver espaço
para o reconhecimento físico e emocional do verdadeiro “eu”.
Não existe dieta que supere esta proposta.
Convencido de que não há razão para conviver com a gordura, não haverá motivos
para que ela permaneça neste corpo. Assim, o ato de se alimentar será
prazeroso, leve e saudável. Nada de comer até se odiar! Vamos comer para
curtir, nutrir e manter a nossa saúde sempre em dia!
Bon
appetit!
Serviço:
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