Por Priscilla Silvestre
Hoje vou aproveitar o blog
da Noiva & Festas para discutir um assunto que muitas pessoas se perguntam:
“As redes sociais aproximam ou afastam as pessoas? A tecnologia facilita ou
dificulta?”. Então, resolvi analisar o dia a dia de todos e confesso que não
consegui escolher um ou outro como “absoluto”.
Lembro-me de quando eu era
criança e o meu pai tinha um “bip” (para quem não sabe, era um aparelho que as
pessoas que também tinham e possuíam o número do outro podiam mandar mensagens
de texto a qualquer hora do dia), então, diversas vezes acordei com ele se arrumando
e saindo de madrugada para atender a uma emergência. Eu achava aquilo o máximo,
porque o meu pai estava sendo requisitado na calada da noite, o que significava
que ele era importante. Porém, eu não me dava conta de que este era só o começo
da “escravidão” humana. Os celulares foram aparecendo, em designs bem grandes (e
com peso de tijolo), sem aplicativos, mas a comunicação ficou mais fácil.
Hoje, com celulares modernos,
Iphones, Androids, Nextel e todos os aparelhos que deixam todo mundo conectado
24 horas por dia, não nos damos tempo para nada. Que “notícia ruim chega rápido”
a gente sabe, mas hoje ela chega antes mesmo do fato acontecer. E, mais do que
isso, as próprias pessoas permitem que isto aconteça. Quantas vezes você já não
saiu do banho, que deveria ser um momento relaxante, para atender a uma chamada
no seu celular? E aquele check-in que você deu no Foursquare em determinado
lugar, que alguém online acabou contando onde você estava para um(a) ex, e a
pessoa foi até lá e estragou a sua noite? E aquelas fotos em momentos péssimos
que foram compartilhadas no Facebook, deixando a sua reputação lá no pé? Sem
contarmos o Twitter, que muitos fazem de “diário” e deixam a sua vida exposta
para quem quiser ver.
Em contrapartida, a
tecnologia ajuda muito. Mas penso que só ajuda porque a nossa rotina mudou e a transformamos
deste jeito. Queremos tudo para ontem, aumentamos em 20 vezes os nossos
afazeres, enquanto antes fazíamos 5 e, assim, indago se a qualidade do que
fazemos hoje é a mesma de antes. Temos as facilidades da comunicação rápida, da
busca infinita de informações via internet (mesmo que muita coisa seja errada),
as publicidades ganharam forças (tanto é que o marketing viral, como “Menos a
Luíza, que está no Canadá” jamais seria febre se não houvesse a internet),
temos mais conforto e segurança ao fazermos transações bancárias em casa e por
aí vai. Mas será que estamos preparados para isso?
Pense: Nos últimos cinco
anos, quantos cartões de Natal de “papel” você enviou para alguém? Quantas
visitas você deixou de fazer porque achou que bastava enviar um e-mail ou
deixar uma postagem no Facebook da pessoa? Quantas vezes você se enganou com
alguém porque confiou no que leu e deixou de ver a reação nos olhos da pessoa,
se estivesse cara-a-cara? Aliás, quando você está conversando com um amigo,
quantas vezes você para e checa se uma terceira pessoa está te chamando em
algum aplicativo do celular?
O que eu quero passar como
mensagem é que a humanidade, comprovada cientificamente, é carente de afeto, de
se sentir querida, de trocar experiências para amadurecer, de sair para
adquirir novos hábitos, fortalecer os seus laços sociais e de autoconhecimento.
Então, acredito que tanto a geração Y, quanto a Z, como as mais antigas devem
mesclar o ontem e o hoje. Saber os limites entre o ser “concreto” e o “virtual”,
se dar o direito de, às vezes, desconectar-se de tudo e parar para ler um
livro, passear com o cachorro, sentar em uma praça somente para mudar os ares
ou praticar um hobby que fuja “deste mundo”.
Se temos de nos adaptar às
mudanças, façamos com que a nossa qualidade de vida não mude, porque é dela que
precisamos sã para sermos felizes por dentro e por fora!
Me identifiquei com essa matéria. Hoje o que mais vejo são as pessoas trocarem o contato pessoal pelo virtual.
ResponderExcluirUm dos fatores acredito que seja o tempo curto para algum contato físico ou até mesmo a comodidade.
Porque sem dúvidas, se tornou mais comodo usar redes sociais ou até mesmo mensagens de texto para parabenizar em datas especificas, ou manter contato.
E as pessoas se tornaram mais carentes virtualmente. Como se uma curtida, comentário, compartilhamento, fossem demonstrações públicas mais valiosas que receber pessoalmente ou compartilhar da presença de alguém.